Servidores
Servidores se preparam para manifestações
por Ana Paula Bezerra Leitão
A greve dos servidores, deflagrada nacionalmente no dia 17 de agosto de 2005 e aderida no dia 12 de setembro pelos servidores da UnB, começa a ganhar força. Na última terça-feira, dia 27 de setembro, cerca de 300 servidores se reuniram na Praça Chico Mendes para discutir a greve e se organizar para a mobilização que ocorrerá nos dias 28, 29 e 30 e que contará com o apoio de caravanas vindas de todo o país. Segundo Cosmo Balbino, coordenador geral da SINTFUB, a estimativa é que cerca de 900 pessoas venham de todo o país, acrescidos de grevistas da cidade, para que, na Esplanada dos Ministérios, na próxima quinta-feira, reivindiquem suas propostas. A concentração será às 9h na Praça Chico Mendes, de onde sairão para a Esplanada após a assembléia.
As reivindicações dos servidores incluem o estabelecimento do piso de 3 salários mínimos e de um step, diferença de 5% entre o menor e o maior salário; resolução dos Vencimentos Básicos Complementares (VBC); garantia da implantação da segunda etapa de Carreira, que diz respeito a qualificação e aos níveis de capacitação dos servidores, e a suspensão imediata de terceirizações, que, no caso da UnB, corresponde a 70% dos servidores, um dos mais altos índices do país.
De acordo com Marcos Botêlho, diretor nacional da FASUBRA e coordenador de comunicação e formação sindical, das 43 universidades brasileiras, 40 estão com os servidores em greve. Para ele, a greve se mostra essencial já que há 10 anos que os servidores públicos federais enfrentam uma drástica situação financeira, com perdas de até 150% diante do ínfimo reajuste de 0,01% oferecido pelo Governo Federal. Segundo Botêlho, a greve não partiu de cima para baixo, sendo deflagrada somente após as pesquisas de bases feitas pelos sindicatos locais, que revelaram o inconformismo dos servidores e sua disposição à greve.
No entanto, como observa Vaudir, servidor público há 27 anos, muitos servidores ainda não aderiram à greve, o que acaba enfraquecendo o movimento. Um desses casos é Maria de Jesus, servidora pública da UnB há 30 anos, que participou ativamente de inúmeras greves, mas que se recusa a aderir a essa, de 2005, que ela acredita ser justa, mas pela qual perdeu o interesse devido à falta de discussão, esclarecimento e informação acerca da pauta antes da deflagração da greve, como ocorria antigamente. Para ela, o enfraquecimento da greve é inevitável, principalmente com a enorme quantidade de servidores terceirizados e estagiários que acabam por impedir a universidade de parar completamente e de fazer a pressão necessária para o sucesso do movimento.
2 comentários:
Será que isso é só o começo? Espero que a greve não dure muito tempo...
eu espero que a greve nao dure muito tempo, mas que ela consiga fazer com que as reivindicações sejam atendidas. Principalmente a greve estudantil.
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